A Estudantina foi criada em 1928, por dois estudantes de Direito - daí o nome da gafieira - que queriam democratizar a dança de salão. Na época, os bailes eram exclusivos da alta sociedade. Famílias inteiras, adolescentes e idosos freqüentavam a casa. O primeiro endereço foi a Rua Paissandu, onde ficou cinco anos e depois na Praça José de Alencar, também no Flamengo.
A Estudantina foi inicialmente para a Praça Tiradentes 75, em 1942. (hoje está no número 79). Já serviu de locação para as novelas "América" e "O clone", de Gloria Perez, para os filmes "O que é isso, companheiro" e "Ópera do malandro".
O gerente da gafieira, Juan Page, diferencia os dois estabelecimentos: "A Elite sempre tocou de tudo e a Estudantina, somente dança de salão. Dizem que o samba rasgado surgiu aqui. Quando o baile ficava muito cheio, alguns cavalheiros pediam à banda que acelerasse o ritmo para que as pessoas saíssem do salão, criando, assim, mais espaço para dançarem".
Como a gafieira é um lugar democrático, que converge todos os tipos de pessoas, foi criado um estatuto de normas de conduta no salão, que é respeitado até hoje. As normas são tão respeitadas que Billy Blanco fez uma música, "Estatuto da gafieira": "Os beijos devem ser moderados, homem não pode entrar com camisa sem manga e mulheres com shorts e saias curtos", lembra Juan. Mas ele confirma que algumas regras estão sendo quebradas com os tempos modernos.
"O Estatuto foi criado há mais de 70 anos, hoje é outra coisa. Antigamente, as pessoas não podiam vir de tênis, hoje pode, não tem problema, mas beijos muito quentes ainda não são permitidos", explica.
O auge da Estudantina foi nos anos 80. Na época, cantores e compositores de sucesso estavam sempre na casa. "Foi feito um trabalho de resgate da gafieria, que ficou meio esquecida por causa da dance music dos anos 70. Então, aqui eram realizadas homenagens a artistas para ressuscitar a dança de salão", conta Juan. Luiz Gonzaga, Baden Powell, Hermeto Paschoal e Caetano Veloso estão entre os músicos que já puseram os pés nela.
Hoje, a média de público é de 400 pessoas, mas há noites em que este número chega a 1,2 mil, diz. Há gente de todo tipo, mas há uma turma de fiéis freqüentadores, a de exímios dançarinos da dança de salão. Atualmente, há bailes nas terças, sextas e sábados.
O piso do salão, de madeira, leva acabamento em parafina, que facilita os movimentos. No meio do grupo de cavalheiros de calças de linho branco, camisas de seda e sapatos bicolores, e de damas - todas de vestidos e saias - destaca-se a figura delicada de Maria Antonietta Guaycurus de Souza, ou Maria Antonietta, como é conhecida nos salões de gafieira. Há mais de 60 anos dançando e ensinando a dançar, ela já deixou muito marmanjo roda presa na pista que leva seu nome. "Eu adoro esse lugar! Aqui é referência da dança de salão", diz Antonieta.
Ela, que tem a agenda repleta de alunos particulares, nasceu no Amazonas e mora no Rio desde os 13 anos. Aos 10, tocava piano e, aos 12, violino. Queria fazer carreira em música quando tocava na Rádio Clube do Brasil, onde conheceu o professor Vasco Barros de Moraes, que lhe revelou os segredos da dança de salão. Entre os diversos nomes que já passaram por seu crivo estão, por exemplo, os de Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa.
Estatuto da Gafieira
Art. 1. Não é permitido a entrada de cavalheiros:
a) de camisetas sem mangas,
b) de bermudas,
c) de chinelos,
d) alcoolizados,
e) de chapéu ou qualquer outro objeto que cubra toda a cabeça.
Art. 2. Não é permitido a entrada de damas:
a) - de shorts cutos,
b) de camiseta tipo regata,
c) de chinelos,
d) de chapéu e lenços tipo turbante.
Art. 3. No salão não é permitido:
a) uso de bolsa a tiracolo,
b) portar cigarros acesos na pista de dança,
c) entrar na pista de dança com copos ou garrafas,
d) dançar mulher com mulher e homem com homem.
Art.4. No interior da gafieira não é permitido:
a) beijar demoradamente ou escandalosamente,
b) cavalheiros colocar damas no colo,
c) provocar confusões,
d) berrar e gritar,
e) colocar os pés ou subir nas cadeiras e mesas,
f) dançar espalhafatosamente, incomodando os outros bailarinos.
Art.5. A desobediência de qualquer um desses artigos poderá implicar nas seguintes sanções:
a) advertência verbal,
b) retirada do recinto.
Observação: Traje adequado - passeio ou esporte fino
não se esqueça:"Enquanto houver dança haverá esperança. Estatuto da gafieira" (Billy Blanco)
Extraído do jornal Tribuna da Imprensa Online
A Estudantina foi inicialmente para a Praça Tiradentes 75, em 1942. (hoje está no número 79). Já serviu de locação para as novelas "América" e "O clone", de Gloria Perez, para os filmes "O que é isso, companheiro" e "Ópera do malandro".
O gerente da gafieira, Juan Page, diferencia os dois estabelecimentos: "A Elite sempre tocou de tudo e a Estudantina, somente dança de salão. Dizem que o samba rasgado surgiu aqui. Quando o baile ficava muito cheio, alguns cavalheiros pediam à banda que acelerasse o ritmo para que as pessoas saíssem do salão, criando, assim, mais espaço para dançarem".
Como a gafieira é um lugar democrático, que converge todos os tipos de pessoas, foi criado um estatuto de normas de conduta no salão, que é respeitado até hoje. As normas são tão respeitadas que Billy Blanco fez uma música, "Estatuto da gafieira": "Os beijos devem ser moderados, homem não pode entrar com camisa sem manga e mulheres com shorts e saias curtos", lembra Juan. Mas ele confirma que algumas regras estão sendo quebradas com os tempos modernos.
"O Estatuto foi criado há mais de 70 anos, hoje é outra coisa. Antigamente, as pessoas não podiam vir de tênis, hoje pode, não tem problema, mas beijos muito quentes ainda não são permitidos", explica.
O auge da Estudantina foi nos anos 80. Na época, cantores e compositores de sucesso estavam sempre na casa. "Foi feito um trabalho de resgate da gafieria, que ficou meio esquecida por causa da dance music dos anos 70. Então, aqui eram realizadas homenagens a artistas para ressuscitar a dança de salão", conta Juan. Luiz Gonzaga, Baden Powell, Hermeto Paschoal e Caetano Veloso estão entre os músicos que já puseram os pés nela.
Hoje, a média de público é de 400 pessoas, mas há noites em que este número chega a 1,2 mil, diz. Há gente de todo tipo, mas há uma turma de fiéis freqüentadores, a de exímios dançarinos da dança de salão. Atualmente, há bailes nas terças, sextas e sábados.
O piso do salão, de madeira, leva acabamento em parafina, que facilita os movimentos. No meio do grupo de cavalheiros de calças de linho branco, camisas de seda e sapatos bicolores, e de damas - todas de vestidos e saias - destaca-se a figura delicada de Maria Antonietta Guaycurus de Souza, ou Maria Antonietta, como é conhecida nos salões de gafieira. Há mais de 60 anos dançando e ensinando a dançar, ela já deixou muito marmanjo roda presa na pista que leva seu nome. "Eu adoro esse lugar! Aqui é referência da dança de salão", diz Antonieta.
Ela, que tem a agenda repleta de alunos particulares, nasceu no Amazonas e mora no Rio desde os 13 anos. Aos 10, tocava piano e, aos 12, violino. Queria fazer carreira em música quando tocava na Rádio Clube do Brasil, onde conheceu o professor Vasco Barros de Moraes, que lhe revelou os segredos da dança de salão. Entre os diversos nomes que já passaram por seu crivo estão, por exemplo, os de Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa.
Estatuto da Gafieira
Art. 1. Não é permitido a entrada de cavalheiros:
a) de camisetas sem mangas,
b) de bermudas,
c) de chinelos,
d) alcoolizados,
e) de chapéu ou qualquer outro objeto que cubra toda a cabeça.
Art. 2. Não é permitido a entrada de damas:
a) - de shorts cutos,
b) de camiseta tipo regata,
c) de chinelos,
d) de chapéu e lenços tipo turbante.
Art. 3. No salão não é permitido:
a) uso de bolsa a tiracolo,
b) portar cigarros acesos na pista de dança,
c) entrar na pista de dança com copos ou garrafas,
d) dançar mulher com mulher e homem com homem.
Art.4. No interior da gafieira não é permitido:
a) beijar demoradamente ou escandalosamente,
b) cavalheiros colocar damas no colo,
c) provocar confusões,
d) berrar e gritar,
e) colocar os pés ou subir nas cadeiras e mesas,
f) dançar espalhafatosamente, incomodando os outros bailarinos.
Art.5. A desobediência de qualquer um desses artigos poderá implicar nas seguintes sanções:
a) advertência verbal,
b) retirada do recinto.
Observação: Traje adequado - passeio ou esporte fino
não se esqueça:"Enquanto houver dança haverá esperança. Estatuto da gafieira" (Billy Blanco)
Extraído do jornal Tribuna da Imprensa Online
Um comentário:
Não pode nada XD. Assim que graça tem? rs
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